segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tudo só por amor ao forró!!!

"Já cantei, já sofri, já chorei
tudo só por amor ao forró..."


Em homenagem ao aniversário de Luiz Gonzaga - o Rei do Baião e ao Dia Nacional do Forró posto aqui um documentário muito massa dos jornalistas Adriana Caitano e Galton Zé, feito em 2008.
"O filme retrata o movimento pé-de-serra composto principalmente por jovens do Centro-Sul do Brasil que idolatram o forró mais tradicional, difundido por Luiz Gonzaga nos anos 50, e baseado na formação triângulo-zabumba-sanfona. Esses forrozeiros pesquisam o estilo, escutam discos de vinil e reúnem-se várias vezes ao ano em festivais onde toca forró 24 horas por dia. No filme, são mostrados três deles: Rootstock (SP), RioRoots (RJ) e Festival Nacional de Forró de Itaúnas (ES)." 




quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

eu também tenho uma flor...


e ninguém escreve um troço lindo desse 
pra mim...
 
:P
PARA UMA MENINA COM UMA FLOR
Vinícius de Moraes
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Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
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E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você quando sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua ddc para o meu cotidiano, e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre num nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, como uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der aquela paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
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E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta mas não concorda porque é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara na Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
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E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as outras mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, “Minha namorada”, a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse, cantando sem voz aquele pedaço em que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
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E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora — tão purinha entre as marias-sem- -vergonha — a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nestas montanhas recortadas pela mão presciente de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos — eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aleia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações — porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor

sábado, 4 de dezembro de 2010

Na calada da noite

Madrugadas produtivas no msn...  descobertas sensacionais!

Noite estrelada - Van Gogh


Que o Flávio é moço talentosíssimo no quesito música, eu já sabia. 
Agora, pois, o danado me veio com poesia 
Vejam só, quem diria!




Peripécia

Sempre calada na calada da noite
Sempre dizia que amar é importante
Nunca importando se algum dia já foi amada
E na cabeça um pensamento distante
De por um instante ser idolatrada
Sorriso perto e o olhar tão longe
Num horizonte que nunca alcançará
Oh lua vem me mostrar
Oh lua vem me dizer
Por que o destino é assim tão sagaz
Por que a vida é assim tão voraz
Por que você não olha para mim
Tanto faz





Flávio Henrique Gomes Pereira