segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fome de leão


Meu coração tá apertadinho hoje.

Acho q é o fim do ano se aproximando e querendo transformar, de novo, o meu presente em passado... as minhas vivências em memórias... tantas coisas lindas, bacanas e outras nem tanto q acabarão como meras recordações e farão parte do meu álbum de saudades.

Que esse meu apego excessivo pelo presente (q já é quase passado) não me impeça de perceber as novas alegrias q ainda estão por vir...
E q essas alegrias não me ceguem diante das q passaram e q me foram e são tão importantes.
Que esse passar do tempo não afogue sentimentos q acabaram de nascer e não me leve amigos de infância q acabei de conhecer...
E se, por acaso, levar q as lágrimas não turvem meus olhos a ponto de não me deixar enxergar e agradecer pelos q ficaram e/ou sempre estiveram ao meu lado.
Que tudo conquistado ainda seja meu no ano q vem...  
Mas aquele "meu" q deixa livre pq sabe q não se vai pq não se quer partir.
Que eu saiba compartilhar todo esse amor q Deus colocou aqui dentro...
E q, de tão gigante, por tantas vezes me sufoca.


E se Clarice estiver certa quando diz q: "a saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença"...


Cuidem-se! Ando numa fome de leão! 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tô sem freio!

Perdi o freio, de novo!
Tá vendo! Eu falo q têm coisas q só acontecem comigo e vcs acham q é exagero.
Mas não conheço ninguém q tenha perdido o freio 3 vezes!!!
Quando eu digo "perdi" tô me referindo ao meu carro, tá.... ele é uma extensão de mim....
ah!
Tá explicado pq vive perdendo o freio...
=P


Achei um episódio do Tom Sem Freio (1967)... desenho antigo é massa!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Coração Imprudente


cair no chorinho...
O quê que pode fazer
Um coração machucado
Senão cair no chorinho
Bater devagarinho pra não ser notado
E depois de ter chorado
Retirar de mansinho
De todo amor o espinho

Profundamente deixado

O que pode fazer
Um coração imprudente
Se não deixar um pouquinho
De seu bater descuidado
E depois de cair no chorinho
Sofrer de novo o espinho

Deixar doer novamente





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

É o creme, Jorge!

Hoje, remexendo em velhas memórias, me lembrei de um costume antigo e há muito esquecido por mim. Inventar doença para faltar à escola. Depois de dezenas de tentativas frustradas, descobri q a melhor maneira era ir à escola e inventar um mal-estar repentino por lá mesmo. Muito mais fácil enganar professoras, diretoras, freiras e porteiros do q enganar mães (especialmente a minha).
 Descolava uma respiração ofegante, uma cara sofrida e me reencostava na parede. Imediatamente era avistada pela professora e levada às pressas à sala da tia Sidônia q me colocava sentada numa daquelas cadeiras com fios de silicone e me arrumava uma colherinha com sal. Eu não fazia idéia pra q servia, mas achava muito interessante e de alguma forma sentia q aquilo era vida q eu tinha pedido a Deus.
 Talvez por isso, ainda hj, tenho uma fixação enorme por essas cadeiras.  Logo q me casei quis q as cadeiras da minha casa fossem uma espécie de releitura daquelas, mas acabei descobrindo q fica muito mais em conta comprar dois bancos enormes q sempre cabem mais um do q 4 cadeiras personalizadas q deixam o resto da família de pé.  Quanto ao sal, somado a cadeira, vai muito bem com uma cervejinha gelada.
Enfim, o fato é q de caso pensado e friamente calculado, eu fazia a pobre da minha mãe se despencar lá do centro da cidade e sair do trabalho no meio do expediente na junta comercial pra me pegar na escola, já completamente esquecida  do teatro de moribunda, com um sorrisinho maroto e a cara mais lavada desse mundo.
É claro q ela já entendia td quando dobrava a esquina e eu me levantava bem depressinha do chão, ansiosa pra entrar no carro e finalmente chegar em casa pra assistir a sessão da tarde na tv. É claro tbm, q ela não deixava barato e a bronca durava o tamanho da viagem da escola pra casa.... ainda bem q não morávamos muito longe.
Por isso rolava certa ansiedade na hora de saber quem ia poder se ausentar do trabalho pra me buscar na escola. Eu ficava na torcida pra q não fosse minha mãe... pq eu sabia q ela ia sacar tudo na primeira olhadela q me desse. Se fosse meu pai tava tranquilo, mas melhor mesmo era que fosse o Jorge. O Jorge era um amigo do meu pai, q quebrava o galho de vez em quando, levando e buscando a mim e ao meu irmão na escola, na natação, ou onde quer q fosse... o cara era gente boa demais. Eu desconfiava q era pq ele morava em Monte Alegre e uma cidade com um nome desses devia ser mesmo habitada só por pessoas legais. Mas a melhor parte não era isso. A melhor parte é q ele ia de caminhão.... nóooooooooooooooo era doido demais.... como eu amava andar de caminhão.
Não sei por anda o Jorge, nunca mais tive notícias dele, me lembro de poucas coisas, mas com muito carinho. Só sei q ele era de  Monte Alegre, trabalhava na retífica com meu pai, dirigia um caminhão, tinha um filho gordinho com quem ele dizia q eu ia me casar, uma barba sempre por fazer, a carinha boa, a risada fácil, e quando chegava de manhã lá em casa, pra nos levar à natação, sempre comentava do cheiro bom da nossa touca e eu dizia: não é da touca, é o creme q a minha mãe passa no nosso cabelo! E ele perguntava: onde compra uma touca cheirosa assim?