quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Meu namorado me treina

É isso mesmo!
Sabe aquele moço, o Alexandre Rossi, que apresenta um programa de adestramento de cães em algum canal desses? Então, eu adoro assistir ele treinando os bichinhos. É genial como ele consegue uma mudança de comportamento só oferecendo agradinhos, o tal do reforço positivo. E no final, se tudo der certo, o cachorro recém-reabilitado ainda faz amizade com a fofa da Estopinha, a cachorrinha dele.
Outro dia mesmo ele treinou um dachshund, e Deus é testemunha como tenho medo desses danados, e o bicho que atacava todo mundo e por isso  não passeava, não tomava banho e nem cortava a unhas há 8 anos, no fim das contas virou um verdadeiro gentleman. Fiquei achando que ainda existe uma esperança pro Junin, o dachs da minha mãe.
Enfim...
Aí, que não é segredo pra ninguém que eu odeio futebol, que fico irada quando a novela acaba mais cedo na quarta pra passar um jogo de futebol e 1 trilhão de vezes mais irada ainda, se for um amistoso.
Amistoso gente! Aí não, né! É sério que isso tem mesmo necessidade de existir?
E não é novidade pra ninguém que os homens quando assistem a um jogo de futebol ficam como hipnotizados, quase como quando estão jogando vídeo-game. São programados mentalmente apenas para responder “aham” a qualquer pergunta ou comentário.
- Amor a casa tá pegando fogo.
- Aham.
- Amor, tem uma nave extra-terrestre no nosso quintal.
- Aham.
- Amor, você quer casar ou comprar uma bicicleta?
- Aham.   
Logo no começo do namoro já alertei ao Rafa: “ ó, hoje é quarta e nesse dia eu tenho raiva de você, porque você é homem e por sua causa passa essa porcaria na tv”.
Então chegou um dia que ele queria muito, muito assistir a um desses jogos e gentilmente sugeriu me fazer uma massagem nas costas enquanto passava pelo seu momento “hipnose-masculina”. Até duvidei que ele fosse capaz de realizar alguma outra atividade que não acompanhar cada movimento, dribles, faltas, escanteios, impedimentos, cartões, apitos, bandeiradas, enfim toda a lista de coisas futebolísticas inventadas pelo capeta (só pode ter sido ele).
No entanto, funcionou muito bem. Fiquei pensado que ele deve ter uma falha genética ou algo desse tipo que o permita assistir ao jogo e fazer outra coisa ao mesmo tempo. Sorte a minha!
Essa foi a primeira de muitas vezes.
E então, numa dessas últimas quartas quando acabou a novela e ia começando o jogo. O Rafa muito sabidamente, se levantou, foi até meu quarto e pegou o hidratante. Quando meu semblante já ia mudando de feliz porque Paulinha foi resgatada, para louca psicótica que surta quando vê um gramado verde e a raiva já ia tomando conta do meu ser, ele, numa jogada de mestre, abanou o pote de hidratante, assim como quem abana um ossinho a um cão e fez uma carinha marota de quem diz: “olha quem vai ganhar massagem”.
Mais que depressa pulei no colchão, abanando o rabinho, feliz da vida por ser quarta feira, dia de jogo, ops, massagem.


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

EternaMente

Acho que já faz quase dois anos que abandonei um dos meus pequenos prazeres: escrever, ou melhor, me escrever.
Aliás, tenho abandonado muitas coisas...
Tanto tempo longe dos meus escritos, dos meus pensamentos decodificados e eis que os caminhos se cruzam e me trazem de volta pra cá.
Reli textos antigos e senti saudades.
Emocionei-me ao relembrar de coisas que havia esquecido por completo e pude notar como, em alguns aspectos, me tornei outra pessoa, enquanto em outros sou precisamente a mesma, eternamente a mesma.
Que alegria poder rememorar sentimentos ternos e esquecidos, me lembrar de quem fui, reafirmar minha essência e, sobretudo, ficar feliz por estar exatamente onde gostaria de estar, de finalmente ter tomado as rédeas do meu destino, o que a um tempo atrás me parecia um sonho distante ou, pior, um delírio adolescente.
Aconteceu de tudo nestes últimos dois anos e precisei de muita coragem, e cautela, e persistência, e colo de pai e mãe, e afeto, e amigos, e dinheiro, e panelas e mais panelas de brigadeiro, banhos de banheira, tardes de sol na praia, bons livros, algumas garrafas de vinho, um novo amor e uma enorme disposição pra recomeçar. Infelizmente Felizmente, não pude contar sempre com todas essas delícias, no entanto isso me fez mais forte.


Quis voltar a escrever e voltei.