quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

falando nisso...

pra matar a saudade....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Gorda, não!!!!!


Comecei minha academia hoje e por isso, como era de se esperar, depois de 1 hora de natação e dezenas de afogamentos, meu preparo físico me permitiu apenas me largar nesta cadeira, digitar usando, exclusivamente, os indicadores e lutar para manter meus olhinhos abertos.
Acontece q eu não nadava desde os 9 anos de idade, mais ou menos.... aí fiquei tentando me lembrar de onde surgiu o maiô q desenterrei pra usar no meu primeiro dia de malhação aquática e me lembrei q lá pelos 15 anos me aventurei nos desprazeres da hidro.
Não é novidade pra ninguém q atravesso a rua pra não ter q passar nem em frente a uma academia, desde a época em q a tia Luci fazia aeróbica ao som de A-ha.
No entanto, esse retorno aos hábitos saudáveis já era algo mais ou menos planejado desde aquela lista de planos para 2010 e hj foi fortemente reforçado pela singela fala de Dona Tereza (minha passadeira), q ao me ver, depois de 2 meses disse: “Nossa , mas vc tá gorda, hein!”
Ahm? eu? gorda?
Oq poderia ter arrancado de mim uma resposta daquelas bem mal criada mesmo e depois me deixado num estado de depressão profunda, hoje, me fez sair de casa e matricular instantaneamente na academia mais próxima.
Nem me dei ao trabalho de explicar q a culpa desses 3 quilos, q me fizeram pular da categoria magra para a categoria gorda sem sequer passar por um estágio na gordinha, é dessas minhas viagens a Uberlândia q sempre se transformam em verdadeiros festivais gastronômicos. É um tal de café da manhã na casa da tia, almoço na casa da vó, lanche da tarde na casa da prima, jantinha de mãe, sorvete com a sobrinha.... aff. Só o bom e velho forrozinho da quarta não dá conta do recado!
Enfim... mas o q eu queria mesmo, era apenas deixar registrado aqui, para os incrédulos nas minhas aptidões desportivas q, ao fim do primeiro dia, me encontro acabada porém, muito muito animadinha a me submeter ao pacote completo de atividades físicas da minha nova academia.
E quanto a Dona Tereza, por motivos q estão além da minha compreensão, dessa vez escapou ilesa... mas convém não se arriscar muito. Gorda não, Dona Tereza..... gordinha!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Abduzida

foto: Roberta Sobreira


Tô aqui numa sala bonita, limpinha, clarinha e geladinha assistindo a uma palestra do Encontro de Professores.
Quando eu era pequena sempre ouvia dizer q para a aprendizagem ser significativa é necessário q o ambiente seja propício. Aqui!!! Olha só q sala bacana, temperatura agradável, cadeiras azuis (não poderia haver cor melhor para cadeiras de sala de aula), gente interessada, discussão calorosa....
E eu????
Eu me sinto como me sentia aos 8 anos de idade e 9,10, 11... até os 17 mais ou menos.
Já desenhei a sala em perspectiva, as janelas, as costas da minha colega da frente, já fiz croquis para 2 próximos trabalhos plásticos, já colori (graças a uma caixa de lápis de cor q carrego comigo justamente para essas situações), só não fiz um desenho engraçadinho da professora pq tô sentada no fundão (velhos hábitos não se perdem) e não enxergo bem de longe, já mandei mensagens e piadinhas para diversas pessoas no celular, e agora, intrigadíssima com a situação, estou escrevendo pro blog.
O fato é q, desde q me entendo por gente, não consigo prestar atenção em professores/palestrantes por mais de 2 minutos. Talvez nem isso. Hoje, por exemplo, só ouvi o título da palestra, q agora nem me lembro mais e já iniciei minha viagem ao mundo onírico, para onde costumo ir nessas ocasiões.
É como se eu fosse abduzida por uma nave extra-terrestre. Aí , de vez em quando, me surpreendo em plena viagem e digo a mim mesma: - Desce daí , menina! Vc é uma mulher adulta, aja como tal! Não me mate de vergonha!
Então a nave-mãe aterrissa e volto a prestar atenção por mais 2 minutos.... ou menos.
O curioso é q me tornei professora mesmo tendo plena consciência q algumas pessoas, como eu, não ouvem absolutamente nada do q o professor fala, enquanto o pobre se desdobra lá na frente para se fazer entendido. Aí, quando o coitado faz uma pergunta, os viajantes do espaço fazem uma cara de paisagem q o professor confunde com “não estou entendendo nada... explica de novo!” e tome mais explicação!
No colegial tinha um professor q sempre, em todas as aulas, impreterivelmente se dirigia a minha pessoa com a clássica pergunta: “Roberta, está claro ou nebuloso?” nebuloso, né... sempre nebuloso ... é muito difícil enxergar alguma coisa aqui do alto... muitas nuvens... gases atmosféricos... eu mal sabia qual era o assunto da aula.
Tenho pra mim q, enquanto estou lá em cima, faço, ou uma cara de quem está muito interessada, ou uma cara de quem não está entendendo uma palavra, pq sempre acabo chamando a atenção do professor. Aff!! Lembra de um personagem da Escolinha do Professor Raimundo q dizia: “Ai meu Jisuis Cristin! Já me descobriu aqui outra vez!”? É a minha cara! Heheheh
Ebaaaa!!! São 15:17hs, tá quase na hora do lanche, e infelizmente ou felizmente, depende do ponto de vista, o palestrante das 16hs não vai conhecer minha cara de abduzida pq na primeira oportunidade vou fingir q estou procurando o banheiro e dar no pé.
Aiiiiiiii quando minha mãe ler isso vai querer me matar! rsrs

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Forró no céu

Há algumas horas estou aqui, sentada de frente ao pc, com os dedos a postos no teclado.... mas não consigo espremer deles sequer uma palavra....
As palavras que sempre brotam do coração e escorrem pelos meus dedos, hj se calam... O que sinto é um enorme buraco no peito. Falo isso por mim, e com certeza, por milhares de forrozeiros espalhados por toda a parte.
Hoje é um dia de grande tristeza para nós, amantes do forró. Perdemos um dos mais importantes nomes do cenário pé-de-serra e da música popular brasileira da atualidade: nosso querido Mestre Zinho.
Me entristece muito, mais uma vez, perceber, assim como na morte de Marinês, q a mídia brasileira, simplesmente, se esquece de quem realmente deveria e merecia ser lembrado... por seu talento, sua força, sua vontade de viver, sua garra, amor a música e à cultura nordestina.
É deprimente perceber q muitos brasileiros desconhecem o talento de Mestre Zinho: retrato de um país q idolatra “astros”estrangeiros chiliquentos e não valoriza sua própria cultura, não valoriza o que é seu, sua história e suas raízes.
Queria postar aqui depoimentos de amigos e parceiros de forró que hoje choram pela morte do mestre, mas percebo q ainda é cedo pra isso ... as pessoas ainda não conseguem acreditar q perderam, pra sempre, mais uma das maiores referências vivas do forró pé-de-serra .
Mestre Zinho vai deixar muita saudade.... mas tbm nos deixou um enorme presente ... seu legado, sua música, sua paixão pelo forró.
Se não dormi bem na noite passada foi por causa da “arrastação” de mesas e cadeiras pra deixar o salão do céu limpinho para essa noite.
Hoje, então, vou ficar de ouvido atentos, quem sabe consigo escutar nem q seja um pedacinho desse grande show, agora q Zinho se junta aos grandes: Luiz Gonzaga, Marinês, Abdias, Jackson do Pandeiro, entre outros.
Com certeza hj ninguém dorme cá na terra... tamanha festa no céu.

Quem foi Mestre Zinho
por Adriana Caitano
disponível em : http://forropedeserradf.blogspot.com

Não é à toa que Erivan Alves de Almeida levava o título de mestre. Neto de Mestre Bruno, um daqueles sanfoneiros de oito baixos que só o Nordeste sabe gerar, Zinho, como ficou conhecido já na infância, cresceu com o talento e o amor pelo forró pé-de-serra correndo nas veias. Talento que foi reconhecido pelo próprio Rei do Baião e foi aclamado por milhares de forrozeiros do País. Aos 65 anos de idade e mais de 30 de carreira, o mestre do triângulo que tinha a voz mais bonita do forró partiu na tarde do dia 31 de janeiro de 2010.

Da infância em meio à pobreza e à seca, o cantor nascido em Rio Largo, Alagoas, guardou a força nordestina e as influências dos antigos trovadores, que marcam sua voz. O timbre doce, balanceado e ao mesmo tempo alegre, grave e forte, chamou a atenção até mesmo de ninguém menos que Luiz Gonzaga. Zinho contava que, quando estava à beira da morte, no hospital, Gonzagão o chamou e disse: "Depois de mim e Lindú (vocalista do Trio Nordestino, já morto na época), você é o melhor cantor de forró vivo. Não é para você se achar não viu, carrega essa bandeira".

Obediente, Mestre Zinho, que foi vocalista do grupo Os Três do Nordeste por oito anos, seguiu direitinho o pedido do grande rei. Levantou bem alto a bandeira do forró pé-de-serra e a levou a todos os cantos por onde passou. Já em carreira solo, havia gravado o disco "Murro em ponta de faca", com a participação de Dominguinhos, Amelinha e Luiz Gonzaga, um ano antes da morte do rei. Desde então não parou mais. Nem mesmo quando sofreu um acidente de carro, em 1987, que lhe tirou parte dos movimentos de uma das mãos, um câncer de próstata em 2006, uma cirurgia cardíaca em 2008. No mesmo ano, Zinho teve uma paralisia facial e passou a se apresentar com ainda mais dificuldades. Assistir seu show assim era triste, dolorido, mas emocionante.

Durante a carreira solo, fez participações importantes, como no álbum "Fruto", de Elba Ramalho, e no projeto "Forró de cabo a rabo", promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Lançou outros discos e CDs, como "De documento na mão", "Aí o bicho pega", "Forró do apagão" e "Gelo na farinha". Em 2007, foi a vez de "Canta o que o povo gosta" e em 2008 gravou em São Paulo um álbum ao vivo.